10º Domingo após o Pentecostes

O fariseu e o publicano

PRÆLEGENDUM (Sl. 54, 17-20.2).

Clamei ao Senhor, e Ele ouviu a minha voz e me livrou daqueles que me perseguem.

E humilhou-os O que existe antes dos séculos, e subsistirá para sempre.

Descansa no Senhor os teus cuidados, e Ele mesmo te nutrirá.

Ouvi, ó Deus, a minha oração, e não desprezeis a minha súplica;

atendei-me e escutai-me.

HINO

Ó esplendor do Pai,

Ó Luz da luz divina:

Fonte clara, és o dia

Que os dias ilumina.

Sol de verdade eterna,

Fulgor nunca ofuscado:

Infunde em nosso peito

O Espírito sagrado.

Governa a nossa mente,

Domina o coração,

Concede fé ardente,

Amor e contrição.

Ao Pai e ao Filho glória,

Ao Espírito também,

Louvor, honra e vitória

Pelos séculos. Amém.

📖 EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São Lucas 18, 9-14

Naquele tempo, disse Jesus esta parábola a alguns que se consideravam a si mesmos justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, de pé, orava assim em seu íntimo: Graças Vos dou, ó Deus, porque não sou como os demais homens: como os ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo quanto possuo. O publicano, porém, ficando de longe, nem ousava levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, um pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa, e aquele, não; porque o que se eleva, será humilhado, e o que se humilha, será exaltado.

Te louvamos, Senhor!

HOMILIA

proferida pelo Rev. D. George Worschak

da Arquieparquia Católica Ucraniana da Filadélfia, EUA

No Evangelho de São Lucas, lemos sobre dois homens que foram ao Templo para rezar. Mas, na verdade, apenas um ofereceu oração - de glória a Deus. A primeira era a oração; a outra era uma expressão de justiça própria.

A “oração” do fariseu não era uma oração verdadeira. Pelo contrário, era uma expressão de orgulho próprio. O fariseu começa dizendo: “Graças Vos dou, ó Deus”. De fato, começar com palavras de gratidão é realmente um bom começo. Mas o que vem depois disso não é louvar a Deus, mas sim uma comparação orgulhosa e crítica com outros que pecaram – “porque não sou como os demais homens: como os ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano (cobrador de impostos)" (18,11). Daí ele expressa orgulho de suas boas obras: “Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo quanto possuo.” (18,12). O fariseu carece de humildade. Ele não admite sua própria pecaminosidade. Ele não mostra necessidade de arrependimento e da misericórdia de Deus.

O publicano, cobrador de impostos, por outro lado, reconhece sua pecaminosidade diante do Deus Todo-Poderoso. Só Deus é Todo-Bom e o publicano se arrepende de sua pecaminosidade e pede a misericórdia de Deus. Ele ficou de longe e nem mesmo levantou os olhos para o céu, mas bateu no peito e orou: 'Ó Deus, tem misericórdia de mim, um pecador.' (v.13).

Esta expressão de humildade permite que a graça de Deus se torne operante na vida do publicano. A atitude de extrema auto-justiça do fariseu bloqueia a oportunidade para a graça de Deus permitir uma mudança em sua vida e seu relacionamento pessoal com Deus.

Se alguém deve mudar, quem deve ser: eu ou Deus? Você ou Deus? Nós ou Deus? A resposta é que em cada caso não é Deus, mas o outro, eu, nós! Só Deus é o Todo-Bom. Só Ele é Aquele que não precisa de mudança. Mas cada um de nós deve crescer e se desenvolver espiritualmente até o último suspiro.

Na Divina Liturgia de São João Crisóstomo, o sacerdote reza diante do Hino Querubim: “Concede também, ó Deus, àqueles que rezam conosco, crescimento na vida, na fé e no entendimento espiritual”. Ser humilde servo do Senhor não é menosprezar a si mesmo, nem rebaixar a si mesmo nem a qualquer outro. Todos nós somos filhos de Deus. Não devemos nos considerar melhores do que os outros. Deus ama cada um de nós completa e igualmente. É somente aos olhos do homem que alguém é considerado um pária ou não igual ou subserviente. Pensar ou agir dessa maneira não é cristão.

Fonte: Parable of the Pharisee and the Publican. Fevereiro, 2022. Disponível em: https://ukrarcheparchy.us/articles/parable-of-the-pharisee-and-the-publican.

🙌🏼 PRECES

Deus ama-nos e conhece o que nos faz falta. Aclamemos o seu poder e a sua bondade, abrindo alegremente os nossos corações ao seu louvor:

Nós Vos louvamos, Senhor, e em Vós confiamos.

Nós Vos bendizemos, Deus onipotente, Rei do universo, porque, sendo nós pecadores,

nos chamastes ao conhecimento da verdade:

— concedei que Vos sirvamos em santidade e justiça todos os dias da nossa vida.

Vós que nos abristes as portas da misericórdia e da salvação,

— não deixeis que nos afastemos jamais do caminho da vida.

Ao celebrarmos a ressurreição de vosso amado Filho, nós Vos pedimos:

— abençoai a vossa Igreja, vossos pastores, em especial o nosso bispo primaz, Mons. Gregório, nosso bispo exarca Jonas e todo o clero, para que Vos sirvam com amor e fidelidade na condução do vosso rebanho.

Dai, Senhor, aos vossos fiéis o espírito de oração e de louvor,

— para que sempre e em todas as coisas Vos demos graças.

Intenções livres

Pai nosso...

🙏 ORAÇÃO

(da Coleta, conforme a Divina Liturgia Galicana)

Tu abaixas os céus, Senhor, e a terra se enche de tua glória. Assombrados com o mistério, nós Te louvamos e ousamos, apesar de nossa humildade, levantar os olhos para Ti e implorar Teu santo Nome. Que possamos receber de Ti o que não merecemos, os dons perfeitos e excelentes do Espírito, distribuídos a um e a todos para o bem comum. Pedimos isto através de seu Filho, Jesus Cristo, que vive e reina convosco e com o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.

😇 SANTOS do dia

Vitral na Igreja de Rosscarbery, Irlanda.

São Fachanan (ou Fachtna), bispo de Ross, Irlanda (~580)

Em Ross, na Irlanda, São Fachanan, bispo e abade, que aqui fundou um mosteiro, famoso por seu ensino das ciências sagradas e humanas.

Descendente da linhagem principesca de Corca Laighde, ele nasceu, em meados do século VI, em Tulachteann, no território de Corca Laighde, com o nome da referida família que ali reinou. Recebeu sua educação inicial de Santa Ita, de quem recebeu aquelas lições de piedade que mais tarde dariam frutos preciosos e abundantes. Depois foi estudar na famosa escola monástica de Lough Eirce, perto de Cork, onde foi discípulo de São Finnbar.

Alguns anos após fundar o mosteiro de Molana, na pequena ilha de Dairinis, que fica perto de Youghal, na foz da Blackwater, ele voltou à sua terra natal e fundou a escola monástica de Ross, mais conhecida como Ross Ailithir (hoje Ross Carbery), que era uma das mais famosas da Irlanda, situada em um promontório entre duas belas baías no lado sul. Seu nome deriva do grande número de estudantes peregrinos (ailithir = peregrino) que vieram não só de toda a Irlanda, mas de toda a Europa, para estudar as Sagradas Escrituras e as artes liberais de lá. A escola em Ross durou até 972 (um ano que parece corresponder a 991), quando foi destruída pelos dinamarqueses, de modo que após quase três séculos de fervorosa atividade, desapareceram todos os vestígios da instituição beneficente de São Fachanan, dos quais, no entanto, a menção permanece no Livro de Leinster.

Foi durante o período de seu ensino em Ross que Fachanan ficou quase cego, de modo que ele não podia mais ler ou estudar. Tendo suplicado ao Senhor por um remédio para a doença da qual foi afligido, foi aconselhado por um anjo a ir banhar os olhos e o rosto com o leite da esposa de Beoan, o artesão, a quem foi então dirigido por Santa Ita, e que finalmente conseguiu encontrar em Corcobaiscind no Condado de Clare, após uma viagem de cinco dias; tendo feito o que lhe foi ordenado, ele miraculosamente recuperou a visão.

Chamado 'vir sapiens et probus', Fachanan fez um nome para si mesmo como pregador, ao que parece, e foi também um popular mestre da eloquência, como atesta seu apelido Facundus, pelo qual ele foi preferivelmente chamado,.

Eleito bispo, ele fundou a diocese de Ross, que ainda hoje ocupa um lugar eminente entre os bispados irlandeses. Ele morreu santo aos quarenta e seis anos no final do século VI e foi enterrado em sua catedral em Ross.

Os Martirológos Donegal e Tallaght o comemoram em 14 de agosto.

Fachanan é comumente identificado com o fundador e santo padroeiro do mesmo nome da diocese de Kilfenora, o que pode ser bastante provável, já que ambas as dioceses celebram a festa de seus respectivos santos padroeiros na mesma data (14 de agosto) e ambos os santos pertenciam à mesma linhagem principesca de Corca Laighde.

Fonte: Santi e Beati.

São Miquéias, Profeta, contemporâneo de Isaías (século VIII a.C.).

Às desordens que levaram à ruína de Samaria em 721 a.C., ele se opôs vigorosamente ao ideal pactual de "fazer justiça, amar fielmente e caminhar humildemente diante de Deus". Ele previu o nascimento do pacífico Rei em Belém-Efratá, que alimentaria o rebanho do Senhor.

Contemporâneo do profeta Isaías, ele pronuncia oráculos de tristeza, mas ao mesmo tempo chama o povo a olhar somente para o Senhor e a esperar em Deus que só ele pode salvar seu povo. Esta nova era de paz em Deus será inaugurada em Belém "onde ela que vai dar à luz o Messias-Rei". Um dos doze "profetas menores" do Antigo Testamento. No século oitavo antes de Cristo, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, ele defendeu os oprimidos com sua pregação, condenou ídolos e perversidades e anunciou ao povo escolhido o nascimento em Belém de Judá de um líder, cujas origens remontam aos dias da eternidade e que seria o pastor de Israel pelo poder do Senhor.

Fonte: Nominis.

São Evrardo (ou Eberhard), abade de Einsiedeln, Suíça (✝958).

Sacerdote da diocese de Estrasburgo, juntou-se a São Benon de Metz no famoso mosteiro de Einsiedeln, na Suíça, onde antes viviam eremitas. Atualmente esta abadia beneditina é o santuário mariano mais importante da Suíça.

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