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Foto do escritorFraternidade São Nicolau

17º Domingo depois de Pentecostes

O fariseu e o publicano



PRÆLEGENDUM (Sl. 54, 17-20.2)

Clamei ao Senhor e ele respondeu à minha oração.

Ele libertou-me dos que lutavam contra mim e humilhou-os,

Ele que era antes dos tempos e permanece para sempre.

Confia no Senhor, ele te sustentará.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

Como era no princípio, agora e sempre,

e pelos séculos dos séculos. Amém.



HINO

Ó esplendor do Pai,

Ó Luz da luz divina:

Fonte clara, és o dia

Que os dias ilumina.


Sol de verdade eterna,

Fulgor nunca ofuscado:

Infunde em nosso peito

O Espírito sagrado.


Governa a nossa mente,

Domina o coração,

Concede fé ardente,

Amor e contrição.


Ao Pai e ao Filho glória,

Ao Espírito também,

Louvor, honra e vitória

Pelos séculos. Amém.



EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São Lucas 18, 9-14

Naqueles dias, Jesus também contou esta parábola para os que achavam que eram muito bons e desprezavam os outros:

— Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu, e o outro, cobrador de impostos (publicano). O fariseu ficou de pé e orou sozinho, assim: “Ó Deus, eu te agradeço porque não sou avarento, nem desonesto, nem imoral como as outras pessoas. Agradeço-te também porque não sou como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e te dou a décima parte de tudo o que ganho.”

— Mas o cobrador de impostos ficou de longe e nem levantava o rosto para o céu. Batia no peito e dizia: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!”

E Jesus terminou, dizendo:

— Eu afirmo a vocês que foi este homem, e não o outro, que voltou para casa em paz com Deus. Porque quem se engrandece será humilhado, e quem se humilha será engrandecido.


Glória a Ti, Senhor! Glória a Ti!



HOMILIA

Mons. Jonas, bispo exarca para o Brasil


Um lugar comum

Todos nós conhecemos esta parábola, uma espécie de lugar-comum no Cristianismo, tão famosa na época de Jesus como é hoje: a hipocrisia religiosa. Muitas pessoas se afastaram da religião por esse motivo. Porém, o fariseu, antes de se tornar a imagem negativa do orgulho espiritual, é, na tradição judaica, o guardião da tradição, a elite espiritual de referência, especialmente durante o tempo da vida terrena do Filho de Deus. Muitos fariseus reconheceram em Jesus o Messias e o Filho de Deus: Nicodemos, Simão o fariseu, Simão de Cirene, São Paulo... E, por representarem o que há de melhor na ortodoxia judaica, são colocados pelo Senhor diante de suas responsabilidades. Quanto ao publicano, todos sabem que ele é o pior desta sociedade, o traidor do povo, o colaborador do império romano. Nessa categoria odiada, Jesus também encontrou discípulos: Zaqueu ou Mateus, o cobrador de impostos de Cafarnaum.


Nosso Senhor Jesus Cristo não faz distinção entre pobres e ricos, dignos e indignos, pecadores e justos. O Filho de Deus e Filho do Homem é a imagem perfeita do Pai que derrama a sua misericórdia uns sobre os outros, num magnífico Sol de misericórdia que atinge a todos. Isso não justifica o traidor nem o hipócrita: mas ambos são amados e chamados à salvação. Ao denunciar o orgulho espiritual, o Senhor quer salvar os orgulhosos e abrir-lhes os olhos misericordiosamente; olhando com amor para o traidor, Ele o convida ao arrependimento. Todos são chamados à salvação e podem ser salvos, se ouvirem a voz de seu misericordioso Senhor. Todos nós podemos ser salvos pelo arrependimento.


O Bondoso Senhor está lá, não para os justos, pecadores, fariseus ou cobradores de impostos; Ele está lá para “pessoas”, como diz a parábola: “dois homens subiram ao Templo para orar”. Deus se interessa pelas pessoas, porque se interessa pelo selo de sua imagem pessoal presente em cada homem e mulher. A mensagem pascal está orientada para a emergência da pessoa humana, transcendendo virtudes e vícios: a pessoa é ela mesma, e o Senhor se reconhece nela como à sua imagem. E o arrependimento faz a distinção entre o pecador e o pecado, entre a pessoa e o que ela pode ter pensado, dito ou feito. Mas a emergência da pessoa - uma grande revolução provocada pelo Filho de Deus - supõe outra subversão.


Cristo, com sua pedagogia usual, escolhe rebaixar o justo - o fariseu - e elevar o que é justamente desprezado. Essa inversão, ou essa atualização de valores, caracteriza o método evangélico. A Mãe de Deus canta: “Desconcertou os corações do soberbos. Ele derrubou os poderosos de seu trono e ergueu os humildes” (Lucas 1, 51-52). Aqueles que são justamente respeitados são desestabilizados; aqueles que são desprezados - e há alguns no Evangelho - são honrados. O Evangelho subverte os valores deste mundo: estabelece uma nova ordem de valores, a do Reino, onde o critério da verdade é a humildade - não perante os homens - mas perante Deus: "Senhor, tu me sondaste e me conheces." (Salmo 138/139).


Que nosso Bondoso Deus acolha o louvor do nosso coração sincero.


A Ele a glória, o louvor e a adoração, pelos séculos dos séculos. Amém.



ORAÇÃO

(da Coleta, da Divina Liturgia Galicana)


Senhor nosso Deus, Tu manifestas o teu poder perdoando-nos. Rogamos-te que multiplique em nós a tua graça através das energias que concedes a cada um segundo a sua vocação e dos carismas que distribuis abundantemente para o bem comum; atraindo-nos com a tua promessa, faze-nos participar dos bens do teu Reino. Por Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus pelos séculos dos séculos. Amém.





SANTOS DO DIA


São Silouane, O athonita (+ 1938)

Symeon Ivanovich Antonov era um carpinteiro robusto de uma vila na Rússia central. De vigor incomum, ele era afligido por um caráter violento e briguento. Aos 26 anos tudo muda. O camponês rústico ouve a voz da Mãe de Deus que o chama. Ele parte para o Monte Athos, na Grécia, e se torna o Irmão Silouane, experimentando pela primeira vez uma grande alegria: a de quem encontrou o seu lugar na terra. Mas esta euforia dos primeiros dias não dura. Silouane experimentará, no mosteiro, tentações alternadas de orgulho e desespero: desespero ao perceber que o orgulho gruda em sua pele e que ele não consegue se livrar dele. A provação é tão longa e tão difícil que ele passa a acreditar que está condenado, até mesmo amaldiçoado. Foi então que Cristo apareceu para ele e disse: 'Mantenha sua alma no inferno e não se desespere.' Silouane compreendeu que por mais baixo que desça, Jesus está lá. Ele viverá agora em mansidão e oração contínua, rezando pelo mundo inteiro e semeando a paz ao seu redor, até a sua morte.

Fonte: Nominis.




Santos Andoche, Thyrse e Félix, Mártires em Saulieu, Borgonha (+179)

Andoche, sacerdote, e Thyrse, diácono de Esmirna, foram enviados por São Policarpo para pregar o Evangelho na região de Autun. E foi lá que morreram mártires pela fé que testemunharam com Félix, um rico comerciante que os acolheu.

Fonte: Nominis.



São Paphnutius, o Grande Anacoreta no Egito (+303)

Anacoreta no Egito, foi capturado durante as perseguições do imperador Diocleciano e condenado à crucificação numa palmeira depois de ter sofrido a tortura da roda que lhe quebrou todos os ossos. Muitos que viram o seu sofrimento converteram-se e, por sua vez, deram o testemunho supremo do martírio.

Fonte: Nominis.





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