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Foto do escritorFraternidade São Nicolau

Live Amazonizar

Atualizado: 8 de jan. de 2021

"Os rostos dos cristianismos na Amazônia - desafios e esperanças

Na noite do dia 31 de outubro de 2020, nosso bispo Jonas participou de uma live promovida pela 'Rede Ecumênica Amazonizar', contando com a participação da bispa Marinez Bassotto, da Diocese Anglicana da Amazônia - IEAB e do padre Ricardo Castro, da Arquidiocese de Manaus - ICAR.


Com quase 1h30min de duração, sendo retransmitida por várias páginas das redes sociais, com a mediação da Cris Diletta do Movimento Folocares Manaus, os participantes tiveram a oportunidade de apresentar as ações que suas comunidades vêm desenvolvendo em prol do anúncio do Evangelho na região amazônica, frente à sua diversidade cultural, religiosa, social e ambiental.



Um dos principais desafios encontrados frente ao trabalho ao anúncio do Evangelho na Amazônia, conforme nosso bispo Jonas, é o preconceito: "A vivência e o estudo sobre a Amazônia me fizeram perceber a diversidade religiosa e cristã existentes aqui. Por isso falamos de cristianismos, o que reflete bem essa diversidade. Dessa forma, nos diversos contextos amazônicos (nas áreas urbanas, nas comunidades ribeirinhas, nas comunidades indígenas), percebe-se uma riqueza cultural e religiosa muito grande – seus mitos, ritos, ensinamentos, sua relação com a floresta, com o regime das águas, com o clima..., não estão restritos às heranças cristãs, mas são anteriores a esta e que foi se perdendo ao longo do tempo. É nesse contexto que encontramos um dos maiores desafios: o preconceito!"


Ainda segundo ele, "o preconceito com as pessoas que vivem nos diversos contextos, preconceito com a Amazônia, que são frutos do desconhecimento, da ignorância. Daí o descaso com as queimadas, com a invasão de terras, as ações dos posseiros e grileiros, descaso com as comunidades tradicionais".


"É por isso que em nossa Fraternidade incentivamos o estudo (compreender a vida cristã inserida na realidade) e a imersão nas culturas amazônicas para aprender delas a sermos mais humanos, mais naturais, menos artificiais como costumamos viver na cidade, partimos também para um autoconhecimento, só assim passaremos a conhecer, vivenciar e proteger a Amazônia, sua biodiversidade e seus moradores", destacou nosso bispo.

Outro elemento destacado na live, e que se torna também um desafio, é lidar com o proselitismo. Algumas denominações religiosas consideram-se salvadoras, redentoras, e em nome dessa ilusão, acabam desrespeitando a cultura local, invadindo comunidades tradicionais, milenares e impondo suas crenças. Isso é muito perigoso para a manutenção dessas culturas. "Nós somos completamente contra o proselitismo, primamos pela liberdade", assegurou o bispo Jonas. "Respeitamos e amamos todas as pessoas e longe de pensar em luta ou competição, apelamos à colaboração, sempre que possível, para levar a Boa Nova de Jesus ao nosso mundo sedento e desamparado", complementa.


Nas palavras finais, nosso bispo Jonas concluiu dizendo:


"Esta é a nossa esperança: esperamos que ações como esta que vimos trilhando conjuntamente desde 2018, como Rede Ecumênica Amazonizar, nós da Fraternidade, os irmãos Anglicanos, Católico Romanos, Luteranos (comemoramos hoje 503 anos da Reforma)... que já fizemos tantas coisas juntos, e tantos outros que vão se achegando e somando forças, contribuam para derrubar os muros que historicamente levantamos entre nossas igrejas, nossas comunidades, nossa sociedade, entre nós seres humanos.


Nossa força é a conscientização, o trabalho coletivo, o respeito, o diálogo, a partilha, e nossa missão é denunciar as injustiças contra nossos irmãos, contra os direitos humanos, independente da religião que professam, denunciar os crimes contra a natureza, em especial, contra o bioma Amazônia e as comunidades tradicionais; denunciar também toda espécie de exclusão e preconceito, seja por sexo, classe social, cor da pele, crença, orientação sexual... e pregar esse Deus que não faz distinção entre as pessoas.


Creio que falta, da nossa parte enquanto cristãos e igreja, sermos mais acolhedores, pois muitas vezes nos apegamos tanto aos dogmas e diretrizes que esquecemos do ser humano, da pessoa... precisamos promover a paz e a concórdia".


Assista à Live Amazonizar



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