2º Domingo do Advento
PRÆLEGENDUM (Sl. 106,4)
Recorda-nos, Senhor, a tua bondade para com o teu povo,
visita-nos no tempo da tua salvação.
Louvamos ao Senhor porque Ele é bom, sua misericórdia é eterna.
Glória ao Pai, e ao Filho, e ao Espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre,
e pelos séculos dos séculos. Amém.
EVANGELHO de Jesus Cristo, segundo São Mateus 3, 1-12
Naquele tempo, João Batista apareceu e começou a proclamar no deserto da Judeia, dizendo:
— Mudem a sua forma de pensar e de viver, pois o reino de Deus está próximo.
Era a João Batista que o profeta Isaías estava se referindo quando disse:
“Uma voz clama no deserto:
Preparem o caminho para o Senhor,
e abram estradas retas para ele passar”.
João usava roupas feitas de pelo de camelo e um cinto de couro amarrado na cintura. Ele se alimentava com gafanhotos e mel silvestre. Muita gente ia até ele para ouvir a sua mensagem. Eram pessoas vindas de Jerusalém, de toda a província da Judeia e também de toda a região das redondezas do rio Jordão. Elas confessavam os seus pecados e eram batizadas por João no rio Jordão.
Quando João viu que muitos dos fariseus e saduceus estavam se aproximando para serem batizados por ele, lhes disse:
— Raça de cobras venenosas! Quem ensinou a vocês como escapar do castigo que Deus vai mandar? Façam coisas que mostrem que vocês mudaram o seu comportamento. Não comecem a dizer entre vocês mesmos: “Somos da família de Abraão”. Pois eu lhes digo que até destas pedras Deus é capaz de fazer parentes que vêm da família de Abraão! O machado já está pronto para cortar as árvores pela raiz. Toda árvore que não produz bom fruto será cortada e jogada no fogo.
— Eu os batizo em água como prova de que vocês decidiram mudar o seu comportamento. Mas aquele que vem depois de mim os batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele é muito mais poderoso do que eu e não sou digno nem de tirar as sandálias dele. Ele tem uma pá nas mãos para separar o trigo da palha. O trigo será juntado em seu depósito, mas a palha será queimada com um fogo que nunca se apaga.
Te louvamos, Senhor!
HOMILIA
proferida por Mons. Jonas, bispo exarca para o Brasil
Queridos irmãos, queridas irmãs, é uma alegria reencontrá-los e celebrar este advento com vocês. É Jesus quem nos chama, nos convida, para juntos nos prepararmos bem para o seu nascimento, para o nosso encontro com Ele.
Hoje é o 2º Domingo do Advento. Advento, como nos ensina nosso bispo primaz, Mons. Gregório de Arles, "significa chegada, vinda; corresponde à palavra grega parousia. Esta palavra (Advento) foi usada desde cedo na Igreja para designar o período do ano litúrgico que precede imediatamente a festa da Natividade do Salvador e serve como preparação para ela. Com o advento damos início ao novo Ano Litúrgico. Nossa Igreja Galicana segue o que foi determinado no Concílio de Tours em 567 (Tours II, cânon 19) e o no Concílio de Macon em 581 (Macon I, cânon 9) que falam de um período de jejum entre a festa de São Martinho (12/11) e a Natividade do Senhor (25/12): 1Desde a festa de São Martinho até a Natividade do Senhor, jejuar-se-á às segundas, quartas e sextas-feiras'. Este período dura 42 dias." (O tempo do Advento).
Vivemos uma pequena quaresma, pequenos dias de retiro, de reflexão, de meditação, interiorização como forma de preparação para a grande festa do Natal do Senhor.
Na liturgia de hoje ouvimos o Profeta Jeremias falar da parte de Deus, na leitura do Antigo Testamento (Jr. 31, 31-33), que Ele, o Todo-Poderoso, fará uma nova aliança com o seu povo, colocando a Sua Lei nos nossos entendimentos e escrevendo-a nos nossos corações, e isso se dará pela ação do seu Espírito, pois nós somos esse povo. “Nessa altura, eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”, disse o Senhor. Esta aliança é um compromisso de Deus para conosco, para que a sua Palavra, Sua Lei, seus ensinamentos, nos ajudem a sermos cada vez melhores, a sermos boas pessoas, bons amigos, bons cidadãos deste mundo e do seu Reino.
Na Leitura de Romanos (Rm 8, 1-6), ouvimos que Deus enviou o seu Filho para fazer cumprir a Lei e nos libertar da culpa e do pecado, e nos convidando a viver pelo Espírito, pelas aspirações do seu Espírito Consolador. “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz”.
No Evangelho, João Batista começa o seu discurso no deserto dizendo: “Mudai de mentalidade pois está próximo o reino dos céus” (metanóia). Nossa mentalidade está muito conformada (tem a forma de) com as coisas deste mundo, que são coisas passageiras, temporárias. Deus nos fez administradores dos seus bens, pois tudo pertence a Ele (1 Cor 4). E durante nossa vida devemos aprender a bem administrá-los, sem nos apegarmos a eles. E como fazer isso?
1º) O Advento, assim como a Quaresma, é um tempo especial de escuta da Palavra de Deus e de abertura da nossa mente e do nosso coração à ela. Precisamos reaprender a docilidade do filho que ouve as orientações do seu pai, as ouve porque confia no seu pai, e sabe que o seu pai só quer o melhor para ele.
2º) No nosso último encontro aqui, no último domingo depois de Pentecostes e encerramento do ano litúrgico, eu os convidei à uma tarefa de casa, que era de ler e meditar o Sermão da Montanha (Mt. 5), como forma de ouvirmos da boca de Jesus (pois é Ele quem profere estas palavras na montanha), e nos abrirmos ao seu Espírito. Vamos recordar o que diz o sermão. Esses ensinamentos de Jesus são o itinerário para a salvação, a essência de uma vida cristã pura, saudável e verdadeira... para entrarmos no Reino de Deus, onde não haverá mais morte, nem choro, nem fome, nem dor.
3º) João Batista nos conta, no Evangelho de hoje, que muitos vinham procurar o batismo que ele ministrava, mas não mudavam de mentalidade, se batizavam por medo da condenação eterna. “Eu batizo em água, para mudança”, disse João, “mas aquele que virá vos batizará num Espírito Santo e com fogo”. O batismo que nós tomamos na Igreja hoje é este batismo, no Espírito Santo e no fogo que arde, purifica e transforma, nos une à Cristo, cabeça da Igreja, e o que nos permite renascer para uma nova vida: “Quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus”. (Jo. 3,5).
Renascer da água = batismo como ato externo de mudança de vida.
Renascer do espírito = mudança de mentalidade (metanóia), conversão, ato interior.
Só assim seremos abençoados nesta vida e bem recebidos no Reino Celeste.
Que este tempo do Advento perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
A Deus seja a glória para sempre. Amém.
20 de novembro de 2022, 2º domingo do Advento.
Capela da Ulbra Manaus.
BÊNÇÃO DOS FIÉIS
(Próprio do Advento, da Divina Liturgia Galicana)
Que tu, Senhor, derrames as tuas bênçãos celestiais sobre esta tua família.
Que cada um de nós produza frutos espirituais como a Virgem Maria produziu o Salvador do mundo em seu ventre.
Amém.
Que a terra ofereça uma gruta ao Inconcebível.
Que os anjos componham uma nova canção ao Deus manifestado.
Amém.
Que os Reis Magos partam, seguindo a Estrela da Manhã da nova vida.
Que a humanidade ofereça uma virgem para gerar o Verbo eterno de acordo com a carne.
Que Belém, a cidade do pão, receba o Pão da Vida.
Amém.
Que ninguém durma entre nós, que a nossa alma vigie com os pastores das ovelhas, porque da fonte paterna nos vem a Palavra criadora; o Sol da justiça nasce no horizonte, a aurora do conhecimento expulsa as trevas da ignorância; a vida vem ao encontro da morte; o longínquo vem a nós para nos trazer ao seu reino de eterna liberdade, Ele nosso Redentor, pelos séculos dos séculos
Ámem.
ORAÇÃO
(da Coleta, conforme a Divina Liturgia Galicana)
Ouvimos, Senhor, as revelações dos santos profetas e recebemos o alegre anúncio de João Batista, o precursor, concedei também aos Vossos servos e servas a força de fazer o que é justo na expectativa da vinda do Vosso Filho Unigênito, para que o acolhamos com o coração purificado e para que nos conte entre aqueles que estão à sua direita. Por tua misericórdia e amor à humanidade, ó Deus bendito, que vive, reina e triunfa pelos séculos dos séculos. Amém.
SANTOS do dia
Santo Edmundo, mártir
Rei de East Anglia (+870)
Ele foi rei de um pequeno reino no leste da Inglaterra que os dinamarqueses frequentemente invadiam. Feito prisioneiro durante uma batalha em Suffolk, ele recusou suas condições, em particular a de apostasia, e morreu decapitado após ser crivado de flechas. Os ingleses deram-lhe a coroa do martírio.
A cidade medieval de Bury Saint Edmunds foi criada em torno da Abadia de Santo Edmundo. A abadia que continha seu caixão tornou-se um importante centro de peregrinação.
Fonte: Nominis.
São Autbodo (Auben, Autbode, Othbodus) de Laon, missionário (+690)
Há uma "Vida" tardia e lendária sobre este santo, onde se diz que ele era um nativo da Escócia ou Irlanda.
Autbodo decidiu ser padre e tornou-se missionário.
Chegado à França, por volta de 650 começou sua pregação em Artois, para depois ir para Hainaut e Piacardia.
Acredita-se que ele morreu por volta do ano 690 em Laon.
São Autbodo é representado com um vestido de eremita com um chapéu e uma bengala em uma mão e um livro e um rosário na outra representando ser ele um missionário.
Ele é o patrono da igreja de Vancour perto de Arras, na França, e suas relíquias são encontradas em Thierache, em uma igreja cuja paróquia se chama Saint Aubeu.
Em Vancour ainda existe uma fonte, que a lenda diz que ele mesmo criou, onde a água é dada aos doentes e os doentes bebem como remédio para a febre.
Fonte: Santi e Beati.
São Silvestre, Bispo de Châlon-sur-Saône (+525)
Bispo de Châlon-sur-Saône na Borgonha, foi um dos mestres de São Cesário de Arles. Encontramos seu nome inscrito no Concílio de Epône com São Avit de Vienna e São Viventiole de Lyon. Dedicou-se durante quarenta e dois anos ao serviço da Igreja local. "Ele morreu cheio de dias e virtudes" segundo o historiador São Gregório de Tours.
Fonte: Nominis.
Santo Hipólito, abade de Belley (+769)
Monge da Condat, atual São Cláudio do Jura, foi bispo atento aos pobres, visitando ladreries (colônias de leprosos), hospitais e prisões. Nisto ele foi auxiliado pela generosidade de Pepino, o Breve. Perto do fim de sua vida, ele se retirou para Condat para encontrar a paz monástica.
Hipólito é o terceiro sucessor de São Cláudio à frente da Condat e como ele, bispo de clausura.
Fonte: Nominis.
Alguns flashes de nossa Divina Liturgia Dominical deste 2º Domingo do Advento.
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